domingo, 10 de janeiro de 2010

Última Dose




















O frio letárgico desta noite
penetra em meu corpo
As cores opacas desta noite
penetram em meu corpo
A indecisão oscila nos meus olhos
e clama por um chão em que possa se deitar
O silêncio mudo da escuridão
Meus braços, minhas pernas
presos estão no frio do medo
Congelou-se os meus ossos
Não consigo movimentar, não consigo decidir
Sou minha cela, minha própria algema
A vida não me fascina
É apenas uma construção podre
sem entrada e sem saída


Senhor!
Senhor!
Não tenho mais fé em nada
Então peço perdão
por odiar a vida
e a sua validade
E que meus olhos encham de lágrimas
e num perdão fantástico
Tu venha enxugar meus olhos.


Henrique Rodrigues Soares

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