quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Cidades Esgot(os), (adas)
















Almas andam em rotas
de colisão com a morte
buscas remotas
de dentes de rotes


a precisão da bala, a precisão de teus olhos
sinais vermelhos fechando a via-crúcis


pequenos apartamentos cheio de flores
que nascem do medo de sua solidão
flores solitárias e sombrias
resta uma trilha para sua salvação


os corpos precisam de marketing
os corpos precisam ficar cheios
roupas caras... objetos de arte
para esconder teus anseios


cidade que fede...
os esgotos são ruas, ou as ruas são esgotos?
nenhum crime se comete sem tua observação


esgotada está sua alma
esgotado está seu perdão
são como flores de inverno
plantadas no inferno
nascendo no verão.


Henrique Rodrigues Soares

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

A Cortesã da Juventude




















Não suportas a velhice
A tua beleza murchar
Queres sempre viver ontem
Para o amanhã não chegar
Tiraste um trago
da fumaça de vida que trago
na sombra cheia de estragos
feito pelas traças
E engasgou-se
de ilusões e loucuras
Ternuras e frescuras
que teu corpo absorveu


Ah! Como teu corpo é fúnebre
estéril e viril
Este teu sorriso infantil
que faz dos dentes diamantes
dos olhos amantes
de um mundo mercado
Ah! Como tua alma é frívola e feérica
Teus lábios sutis
criaram uma nova fonética


Não compreendes a maturidade de uma folha
Considera a velhice uma falta de escolha
Teu rosto enruga o espelho
Teus ouvidos não aceitam um conselho
Queres sempre está nova!


Henrique Rodrigues Soares

Tempos Remotos

















Quanta saudade tenho
da vida que não vivi
do amor que não amei
Quanta saudade tenho
do que não conheci e do que nunca terei


Do rosto de meu avô
restou à saudade das rugas que não apalpei
dos conselhos sábios, folclóricos
que nunca ouvi
da amizade que nunca tivemos


Oh! meus avós
que nem seus sorrisos conheci
Luiz Henrique, Juvenal
os cabelos grisalhos, o ar colossal
que imaginei...
não ficou nada...
apenas a sombra de suas existências


De minha avó
Avó na infância
na adolescência
nas ânsias e nas delinquências
Ainda sobrou aquela foto sem sorriso
séria, indiferente
aos meus erros.


Henrique Rodrigues Soares

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Confissão




















Entre as folhas e as ramagens frias
Pude ver teu corpo e tua alma vazia
Despir do nu na melancolia
No despertar da noite e no dormir do dia


Entre os teus olhos e os meus
Havia uma cinza nuvem de mágoas
Entre a terra e os céus ( seus )
Deus pariu as águas


Não esqueço da primeira vez que te vi
Teu rosto alegre e nativo
Procurando sempre um motivo
Pra sorrir e ser feliz


Também, não esqueço da última vez que te vi
Teu rosto "pueril" e cansado
O corpo servil e amarrotado
Pelos caminhos sem fim.


Henrique Rodrigues Soares

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Pilares de sustentação
















Emoções não resistem aos atos.
Visões se diluem diante dos fatos.
Nada posso sentir
neste instante de gelo quebrado.


Minha mente ouve a ética
em que a alma sustenta suas estruturas.
Uma nova fonética
ganha voz na minha loucura.


Os sons, os tons
que testificam brandura.
As dádivas, os dons
brotam na ternura.


Senti me sufocado
por fantasmas que quebram pilares
de um tempo trancado
em segundos seculares.


Henrique Rodrigues Soares - O que é a Verdade?

Cavaleiro da Esperança




















Sonhador que labuta na esperança
Nesta fé antiga por velhos horizontes
Caminhas sem provisão e sem descanso
Por ávidos desertos e longinquas estâncias


Procuras a pura e simples felicidade
Que está tanto tempo por vir
E sua mania resoluta de insistir
Faz parte de sua clara identidade


Receba um vivo e régio conselho
E acharás para vida todas respostas
Olhe para ti no espelho
E veja como tu brilha nos meus olhos.


Henrique Rodrigues Soares - O que é a Verdade?
Ao meu Irmão Branco - Adriano Rodrigues Soares

domingo, 12 de setembro de 2010

Sêlo de Aniversário 1° Ano


















No dia 12 de setembro de 2009, foi criado este blog com intuito de apresentar a aqueles que por acaso tenham interesses em novos escritores, o meu trabalho em especial. Apesar de ter poesias, este espaço é de contos, crônicas, resenhas também.


Através de alguns amigos a meta foi alcançada, foram postados em alguns blogs minhas poesias: “Verso & Prosa”, “Versi D’Amore” e “Pecado Poético” da querida Amiga Reggina Moon (uma entusiasta fantástica de poetas novos, sou exemplo disto), “Amantes da Poesia” de Maria Madalena Schuck e “Uma Página para Dois” de Eduardo Poisl e recebi o comentários de outros bloguistas. Só tenho a agradecer por terem enriquecido este espaço.


Agradeço a todos visitantes e seguidores. Agradeço ao Amigo Antônio Carlos Januário pelas poesias de imagem que fazem parte deste blog, e as outras imagens são da web, por isso agradeço aos seus donos.


Hoje fazemos 1 ano de aniversário, com 2046 visitas, 23 seguidores, 184 postagens e 49 comentários para os que gostam de números.


Que todos possam receber este selo, seguidores e visitantes como um abraço fraterno.


Obrigados a Todos!


Henrique Rodrigues Soares

sábado, 11 de setembro de 2010

Tudo como sempre era

















Negros
dias negros
destino sorrateiro
trens negreiros
guerrilheiros sem esperança de vitória
Assim se escreve a história
da África até a América ( América do Sul )
Nu
despido pela fome
a viagem consome
o sonho de um país
o sorriso de ser feliz


Da Baixada a Central
pobre, sem domingo, marginal,
negros, brancos e mestiços
foragidos dos muquiços
enfrentando o sol


As favelas
de bocas banguelas
não escondem sequelas
da chibata feudal
Os meninos vadios
batendo bola
fugiram da escola
para esperar o carnaval.


Henrique Rodrigues Soares

Imagem de Zumbi dos Palmares.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Mudanças





















Tão triste que parece que nunca sorriu
Tão puro que parece que nunca mentiu
Tão seco que parece que nunca floriu


Com rosto impávido e resoluto
Com silêncio natural de um luto
Com o nascer de nada sem fruto


Sem sonhos, de uma certeza vacilante
Sem desejos, de uma imobilidade cativante
Sem ânimo,de olhar cansado e distante


II
Sorriu, e pra sempre esqueceu a tristeza
Mentiu pra verdade como pureza
Floriu com indúbita beleza


Absoluto e brilhante ficou seu rosto
Alegria irradiou matando o desgosto
Tão vivo de frutos e brotos


Sonhou, com olhos constantes
Desejou como encontrar diamantes
Animou-se, ao marcar um horizonte.


Henrique Rodrigues Soares

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Vidas sem rumo




















O finito na eternidade dos amantes
O amargo no mel das abelhas
O fluxo de ar que escapa entre as telhas
e passa pelo teu corpo estuante...


de sexo que molha nossas bocas
acalentando o medo da morte e o medo da dor
Desta dor desprezada, pobre e sem cor
anêmica, mórbida, bruta e louca


Os teus sonhos calam tua incerteza
O teu sentimentalismo esconde tua covardia
Como um atalho... uma magia
Na escuridão uma vela acesa.


Henrique Rodrigues Soares

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Breve...



















Tenho a brevidade nos meus dias
o instante nunca se repete
nossos atos nos enganam
na vaidade do livre arbítrio
os fatos cospem em nossa face
a força e o poder diminuídos.


De que nossos muros foram construídos?
De que vale tantos símbolos de juventude!
De que nossos ossos foram revestidos?
Para suportar o orgulho vencido.


Vamos correr por nossas pernas.
Vamos sorrir com improviso.
Deus alimenta minhas veias
com as palavras que preciso.


Henrique Rodrigues Soares

domingo, 5 de setembro de 2010

Verdade Cristã



















Quando em mim me procuro
Eu não me acho
Me perco no escuro
não encontro meus passos.


Me digo seguro
mas não controlo que faço
num pecador mais maduro
quase sempre me disfarço.


Sem o sangue de Cristo. Sou impuro
e retorno aos meus pecados.
Mas quando me deixo crucificado,
nele que é puro...
então estou libertado.


Henrique Rodrigues Soares

O segredo do abismo




















o egoísmo bate na tua porta
como um sentimento sufocado
um amor que deixou de ser amado
uma avião fora de rota


tudo que nasce... sempre brota
como uma lágrima num olho cansado
como a morte num amor assassinado
sempre o mesmo valor, a mesma nota


o teu ódio verde na horta
já cresce conformado
de seu espaço limitado


como um navio em uma frota
somos um... temos um fado
uma morte e uma corda.


Henrique Rodrigues Soares

sábado, 4 de setembro de 2010

O Fariseu















Para quem velas esta santidade?
Fraudulenta e covarde
De quem vive a vida pela metade
pelo medo de pecar.


Não vês o próprio inferno que criaste?
Quem te condena, não sabes?
Se o verdadeiro Deus ou o deus
que reina no seu calabouço.


Libertas o teu riso.
Libertas o teu gozo
do medo do santo disfarce
para que depois de tão louco
não venha julgar até Deus.


Henrique Rodrigues Soares

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

A Noite
















De noite todo sexo é livre
Sexo sem gênero... sem nível
Sexo auditivo... sexo audível
embrulhado, comprado, doado,
roubado e doente.
Sexo sem corpo... sexo sem alma


Corpos procuram sexo
nos quartos, nas ruas...
Amantes vendem seu sexo
por míseros caprichos
Mulheres num suplício
dormem com seus bichos amestrados


Nas ruas açougue de vivos e congelados
Meninas exibem seu sexo
flores de um jardim em pedaços
Homens querem meninos
pintos em novos ninhos
para todos gostos há espaço


Na noite... alucinação,
luzes... solidão
tudo nas escuras
cocaína derruba limites
de imaginação


Na noite toda policia é dura
tem tantas duras
em tantos lugares
Levam teu orgulho
antes dos assaltos
De proteger, eles te assustam
com o agir incauto


Caminhos impuros
olhos sujam observam tudo
braços ardentes, pernas nuas,
bocas vermelhas de desejos
desembocam sexo entre seus dentes


Entre a loucura e a razão
há muitas esquinas e horas
os fantasmas se escondem
e os sobreviventes comem seu pão
com o peso da madrugada
para no amanhecer
retornarem a rotina cansada.


Henrique Rodrigues Soares

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Cem Anos de Corinthians















Estou vendo de longe
a arquibancada balançar
são loucos que não param de gritar.
No calor ou no frio,
em Sampa ou no Rio,
corações corinthianos
como espartanos
mais do que a vitória
amam o embate de suas bandeiras.


Pode ser José ou Manuel
Um mundo de nomes na Fiel.
Não importa quem são!
Só cantam Timão!!Ô ô ô! Timão!


Maloqueiro sofredor...
Apaixonado e vencedor...
São estórias que viraram História
de uma paixão fiel por toda uma nação.


Henrique Rodrigues Soares