sábado, 20 de fevereiro de 2010

Lucidez




















Tentei não enxergar as paredes
com seu cal pálido de desprezo
mas as beijei, e senti o amargo gosto


distante verei teu rosto
o fim do que não teve começo
falo palavras que não sinto
o que sinto não tem preço


meu coração está deserto
decerto, preciso da multidão
fantasmas (resíduos de imagens diárias)
mutilam dia a dia o corpo


pouse para meus olhos
quanto tempo não te vejo
sou confuso, sem trilhos,
obscuro, sem filhos
para dar e receber.


Henrique Rodrigues Soares

Um comentário:

Versi D'Amori disse...

Henrique,

Belíssimo poema...vou levá-lo comigo ao Verso & Prosa...parabéns!!

beijos,

Reggina Moon