sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
A última dose do cálice negro
Não preciso dizer
minha cara
palavras caras
palavras raras
vem ao teu ouvido
nada é permitido
tudo é permissivo
o pecado inibido
num sorriso comprometido
com o mal
te assusta o silêncio
da madrugada
a tua boca
a tua alma ressecada
ressentida
pela saliva
que escorre na boca dos cães
o teu corpo uma folha
sem árvore, sem raízes
não há mais escolhas
ou diretrizes
para seguir.
Henrique Rodrigues Soares
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