E o operário, carvão que alimenta as usinas
Força, combustão usada nas oficinas
Ser bruto que habita em obscuras minas
Escravos das horas como uma máquina humana
Preso a um salário de semana
que ao seu trabalho profana
por seu valor mísero e curto
E o patrão de meios escusos
já que possui muitos recursos
com a esperteza de quem sabe furtar
consegue dividir ou enganar?
Um salário p'ra três, e conseguindo escravizar
ao operário que sem dinheiro
como um bom marinheiro continua a navegar
Pois melhor um navio pobre do que ficar longe do mar
E assim sendo, o solitário marinheiro
navega, navega, navega...
com seu estômago vazio
com sua alma vazia
mas com seus olhos cheios de águas
Águas do mar
Nada, nada, nada...
pois acabou o combustível
E quando reclama
nada, nada, nada...
pois acabou o mar
O mar secou.
Henrique Rodrigues Soares
Um comentário:
É um lindo poema, escreves muito bem!
abraço à familia, lindo domingo para vocês
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