domingo, 6 de dezembro de 2009

Fora de órbita




















A noite se vestiu de estrelas e sagacidade
Afoito, petulante, sou um anjo puro
Meus olhos são incisivos e obtusos
Tão vazio este sorriso de sinceridade


Impregnado pela intensidade da volúpia
Te vislumbrei na casta penumbra
cintilante teu rosto me inunda
nesta inefável noite de núpcias


Porfiei, por estes segundos íntimos
A noite, uma escuridão obesa
se aflige e uiva indefesa
por seus próprios desejos ínfimos


O meu riso é caustico
ludibria minha face
Este teu quase?
É frase de matemático


Meus olhos tremendo
correm teu corpo envolvente
Ouço o latejar
do mar de saliva entre teus dentes


Sinto teu sangue agitado
andar por teu corpo
Sinto teu sexo suado
chamar por meu corpo.


Henrique Rodrigues Soares

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