segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Meditações Urbanas
no vaivém oprimido
no morrer do remanso
vidros de comprimidos
compensando o descanso
como é pequeno apartamento
os sonhos inúteis
um corpo de enchimento
para horas fúteis
caras amarrotadas
olhos armados
roupas engomadas
trânsito cansado
beleza se compra
felicidade se encena
o amor está em cartaz
em qualquer cinema
II
os calos se apertam
as paredes não protegem
os medos cercam
os tiros sucedem
comida de conserva
literatura fantástica
televisão para conversa
plantas antipáticas
um amante impotente
uma comida fria
uma conta corrente
de fonte vazia
liberdade contida
linguagem obscura
nicotina e bebida
citadina ternura.
Henrique Rodrigues Soares
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