sexta-feira, 21 de maio de 2010

Reflexões de um pileque
















Um rio de lama joga pra fora
a ignorância hipotecada de nossos avós
a África embutida dentro de nós
os judas, os medos,
os sonhos, os segredos
que há dentro de mim e você


Sou o Benjamim da tua casa
Sou da borboleta a larva
que aspirou a ser jasmim
Respiro do inicio ao fim
todo esse sangue de rara beleza
todo esse ar de puro esperteza
todo esse nada que nada acreditei


Um rio de lágrimas nasceu no meu rosto
Fonte de água mineral, minha gordura vegetal
que derrete e vira sal, tempero para o meu Carnaval


Então grande chuva caiu
Então a alegria fugiu
como um covarde dizendo que era tarde para viver


Então aranhas começaram tecer
minha sepultura.


Henrique Rodrigues Soares

Um comentário:

Sonia Parmigiano disse...

Henrique,

Mais um maravilhoso Poema...seus versos são comoventes, fortes, e tem algo que nos fala fundo ao coração...

Te admiro muito...bela obra poética a sua...todos sao lindos...
(...)
Um rio de lágrimas nasceu no meu rosto
Fonte de água mineral, minha gordura vegetal
que derrete e vira sal, tempero para o meu Carnaval(...)

Isso é soberbo!!

Um beijo e ótimo final de semana!!

Reggina Moon